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Luís de Camões mostrou a sua proeza poética na sua obra-prima, Os Lusíadas. Essa obra de arte é uma composição única, uma combinação de factos históricos e imagens da mitologia antiga, ambientada em lugares exuberantes descobertos pelos portugueses. O cenário extraordinário, aliado à opulência da imaginação poética do autor, fez d’Os Lusíadas uma das maiores epopeias da literatura europeia, com mais de cem edições e traduções para mais de uma dúzia de línguas europeias (NLR, [S.d.]). Este artigo procura estudar o exercício de tradução levado a cabo por Olivinho Gomes em Goa. Extraído da tradução de Gomes (Luzitayonn publicado em 2003), a nossa análise visa interpretar estrofes seleccionados de Canto VII d’Os Lusíadas. As estrofes que constituem a base deste estudo pintam cenas icónicas relacionadas com a chegada de Vasco da Gama à Costa de Malabar, e passam a um elogio do subcontinente indiano. Muitas cenas são significativas e têm figurado amplamente na iconografia lusa. Embora mantendo as ideias inerentes a’Os Lusiadas, e o sabor da escrita épica de Camões, Gomes adapta habilmente a sua tradução ao público indiano contemporâneo. Através de uma destra mudança de foco de outras civilizações antigas, sempre que possível, tenta (re)colocar a Índia no centro da narrativa. Canto VII de Luzitayonn parece ser recontado em lugares através do olhar indiano de um tradutor. Compreendemos, contudo, que se trata apenas de uma tentativa mansa, e as referências de Camões continuam a estruturar maioritariamente o texto. |
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